A semana passada ficamos a saber os Açores vivem à margem deste Portugal depressivo, recusando-se a aceitar os cortes salariais anunciados para 2011, ou seja, que estão em condições de compensar o corte salarial aos funcionários públicos (cerca de 3.700) com salários entre os 1.500 e 2.000 euros.
O presidente do Governo Regional vem inclusivé dizer que a medida compensatória "não custa um cêntimo".
Ora, como eu desconfio sempre destas coisas decidi fazer umas contas. Vejamos:
- 5% de 1.750 euros, ou seja o valor médio entre 1.500 e 2.000 euros, dá 87,5 euros por mês por funcionário;
- Se multiplicarmos pelos 3.700 funcionários dá 323.750 euros por mês para a "medida compensatória";
- Se multiplicarmos por 14 ordenados / ano, dá a módica quantia de 4,5 milhões de euros (4.532.500).
Ou seja, ficamos a saber que a medida compensatória que "não custa um cêntimo" custa 4,5 milhões de euros por ano "do dinheiro que já está afecto aos Açores", que por sinal é enviado por contribuintes, e que por "contribuintes" entende-se a generalidade de contribuintes nacionais, dos quais se incluem os cerca de 3,6 milhões de funcionários públicos que vão ver a sua remuneração reduzida em 5%.
A única conclusão que posso tirar daqui é que os Açores estão num estado de desenvolvimento tal que podem perfeitamente retirar 4,5 milhões de euros (do orçamento do Estado afecto à região) para medidas insulares, insólitas e insolidárias. Ou seja, que não precisam de dinheiro para obras em escolas, hospitais, estradas, etc.
Fico a aguardar um orçamento rectificativo que retire estes 4,5 milhões de euros aos Açores. porque nós por cá precisamos de equipamentos, infraestruturas e de esforços em apoio social, uma vez que aqui estamos "todos" a ajudar no combate ao défice.
1 comentário:
TT pá, eles estão no interior e são ostracizados por isso. Não têm autoestradas de ligação para com o resto do país e sofrem, muito provavelmente, muito com isso.
Deixa lá os homens ficar com os 4,5 milhões.... ;)
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