16/03/2010

XXVI - DIVAGAÇÕES

O absurdo esteve para ser nada. Nada porque tudo é efémero. Nada porque o que é importante para uns não tem que ser para os outros. Nada porque palavras vazias podem encher mundos, e palavras elaboradas serem transparentes. O nada é algo de absurdo. O nada não existe, no entanto está todos os dias presentes na nossa vida, no nosso espírito. Nada é um desabafo sem conteúdo, ou um conteúdo ignorado. 

Prevaleceu o absurdo, porque para mim tudo é absurdo. O que não faz sentido é absurdo, e o que faz também. Combater dogmas, verdades absolutas, ou pelo menos questioná-las, faz parte da minha natureza e construção. Mesmo quando tento pôr ordem nas coisas, a natureza mostra-me o absurdo do tentar controlar a vida. A vida é incontrolável, logo absurda, e por isso bela. Se calhar é por isso que nos ensinam a rir do bom e do mau, apenas porque isso nos faz mais fortes.

A grande questão é: Se a vida é por natureza bela e absurda, valerá a pena divagar sobre ela? Provavelmente sim, só para apurarmos os sentidos, a angústia e a paixão, aguçarmos a vida com doçura e amargura, com velocidade e tranquilidade. Agora, valerá a pena tentar controlá-la? ...provavelmente não, mas ter objectivos ajuda.

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