11/11/2009

XIX - MURO INVISIVEL

A 9 de Novembro de 1989 são abertas as fronteiras entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental, cai a cortina de ferro, segue-se a reunificação de uma cidade e principalmente de um povo dividido pela hipócrisia do Homem (atenção - a natureza do Homem não é hipócrita, o seu rumo, cegueira, egoismo e individualismo, por vezes é). A 9 de Novembro de 2009 festeja-se em Berlim, como em todo o mundo, a queda de um muro, que era muito mais que uma barreira física. De alguma forma representa a restituição da liberdade, um bem exponencialmente imprescindível para uma sociedade emergente. Ao ver as imagens de há 20 anos, ao sentir o momento e a festividade actual, parece que há uma lufada de ar fresco no ar, um espalhar de felicidade e alegria, um sentimento puro, uno, global. E é verdade.

De repente vêm-me à memória as imagens de outros muros invisíveis, actuais, contemporâneos: a ocupação e opressão no Tibete, que manda para a prisão jovens que estiveram a distribuir panfletos, e abafa, destrói uma cultura; os extremistas no médio oriente que diariamente matam pessoas no Afeganistão, Iraque e Paquistão; os terrenos ocupados na Palestina com muros e balas bastante reais; as guerras em África, onde o único objectivo é ver o concorrente que chega ao cimo da pirâmide para continuar a roubar os outros; os reféns da droga na América do Sul; e os nossos responsáveis na Europa cuja actuação política encontra-se refém das relações internacionais com todos os que roubam, matam e calam, apenas porque temos boas relações económicas com eles.

Festejamos a liberdade, sentimo-nos melhor com a celebração de um muro que cai, e deviamos...mas há tanta sujidade debaixo do nosso tapete...

Vejam apenas um exemplo: Este vídeo de Michael Jackson chamado "Earth Song" de 1996, nunca foi lançado nos EUA, historicamente o maior poluidor do planeta, razão pela qual quase não foi divulgado no resto do mundo. Para evitar uma "consciência global" aplica-se um simples muro (ou lápis azul) aos media, para controlar a opinião pública. Foi em 1996 nos EUA, mas todos nos lembramos de vários exemplos actuais pelo mundo fora...certo?

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